sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ES: prefeitura ameaça desenterrar corpos para ter espaço em cemitérios

Bom Dia Brasil

Para que isso não aconteça e o corpo fique enterrado, o cidadão teria de pagar R$ 518. A prefeitura procura um terreno para construir outro cemitério.


Os moradores da cidade de Viana andam contrariados. Para conseguir mais espaço nos cemitérios lotados, a prefeitura resolveu cobrar dos vivos para manter os mortos onde eles já estão.
Cruzes quebradas e covas sem nenhuma identificação. Para achar um corpo encontrado, só com ajuda de um profissional. “As pessoas que eu conheço e que eu faço o sepultamento, eu gravo aquele local. Senão, sem identificação não tem como você saber ”, comenta o coveiro Ocalino Teixeira.
Mas o coveiro de boa memória tem péssimas condições de trabalho. É só olhar o abrigo dele no cemitério. Não bastasse o abandono, o problema maior agora é a superlotação. “Muitos acidentes de carro, moto e homicídio provocaram a superlotação”, afirma Paulo Otto, diretor de fiscalização e posturas de Viana.
Em um cemitério, não cabe mais nenhum sepultamento. Outros três cemitérios da cidade também estão cheios. A prefeitura de Viana está procurando um terreno para construir mais um cemitério, mas como precisa de espaço urgentemente, fez uma convocação ao povo da cidade. Todos os moradores que têm parentes enterrados há mais de três anos devem procurar a prefeitura. Caso contrário, podem ter uma surpresa bem desagradável. “Chegar ao cemitério e encontrar uma sacola cheia de ossos dos parentes”, disse Jackson de Sá, secretário de Serviços Urbanos.
Para que isso não aconteça e o corpo fique enterrado, o cidadão tem de pagar R$ 518. O secretário nega que a prefeitura esteja vendendo uma área pública. Ele afirma que é um título de perpetuidade. “A prefeitura não quer obstaculizar nada. Quer organizar e precisa criar novas áreas”, afirmou Jackson de Sá, secretário de Serviços Urbanos.
O cidadão de baixa renda, segundo a prefeitura, pode ficar livre do pagamento. Mas na cidade muita gente não se conforma em ter de pagar para manter um corpo enterrado em um cemitério público.
“A gente já paga taxa demais e ter de pagar por alguém que já está morto?”, indaga uma senhora. “É injusto. Eles gastam dinheiro com supérfluos, poderiam fazer mais cemitérios”, protesta um senhor.

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