O promotor de Justiça Nelson Medrado, que investiga as fraudes na Assembleia Legislativa do Estado, ouve hoje em depoimento a ex-chefe de gabinete da deputada Simone Morgado (PMDB), Dilma Maria Oliveira Antunes. O promotor vai questionar Dilma sobre o caso da assessora Ana Mayra Mendes Leite Cavalcante, que trabalhou de 2009 a junho deste ano no gabinete da deputada e que teria ficado oito meses recebendo salário de mais de R$ 2 mil sem comparecer ao serviço. Medrado decidiu ouvir a ex-chefe de gabinete após receber um ofício da deputada na última quinta-feira, 11, no qual, segundo o promotor, Morgado insinuou que foi induzida ao erro por Dilma Antunes.
As investigações sobre a assessora e advogada Ana Mayra começaram em junho deste ano - coincidência ou não, no mesmo período em que a mesma foi exonerada do quadro da Assembleia Legislativa do Estado. De posse de documentação solicitada à Alepa e à Polícia Federal, o promotor Nelson Medrado constatou que, durante o tempo em que esteve fora cursando mestrado em Portugal - de outubro de 2010 a junho de 2011 - Mayra continuava recebendo seus vencimentos da Assembleia Legislativa normalmente, o que configuraria, segundo o promotor, improbidade administrativa da deputada em questão.
Na última semana, o promotor recebeu um documento de resposta da deputada pemedebista dando sua versão dos fatos. Segundo o promotor, a deputada afirma que não sabia da existência da referida servidora no gabinete e insinua ter sido induzida ao erro pela sua então chefe de gabinete - que agora é chamada a depor no Ministério Público. 'No documento, a deputada sugere que sua assinatura eletrônica foi usada sem o seu consetimento para a emissão de documentos relacionados à servidora. Morgado afirma também que não tinha conhecimento da inclusão de Mayra na lista de frequencia do gabinete', informou Medrado.
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