Apenas no último ano, 111 pessoas morreram na BR-381 entre Belo Horizonte e João Monlevade. Ao todo, foram mais de dois mil acidentes "Todo artista tem de ir aonde o povo está", diz a letra consagrada de Milton Nascimento. O problema é quando o caminho passa pela BR-381, popularmente conhecida entre os mineiros como a "rodovia da morte". Perigosa para qualquer um que transita por lá e palco de graves acidentes nos últimos anos - apenas em 2010, 111 pessoas morreram no trecho onde a duplicação é reivindicada (entre Belo Horizonte e João Monlevade) - a estrada unirá músicos mineiros consagrados em um protesto que pretende alertar, nesta terça-feira, para a necessidade da liberação urgente de recursos para duplicar a rodovia.
O show está previsto para acontecer na Praça do Povo, em João Monlevade e promete reunir atrações como Aggeu Marques, Ana Cristina, Bauxita, Fabrício e Elcimar, Fio de Navalha, In Focus, Luís Carlos Sá (Sá e Guarabyra), Márcio Gyeyck, Maurício Gasperini, Paulinho Pedra Azul, Rômulo Ras, Telo Borges, Toninho Horta e a banda 14 Bis, que se despediu, no último dia 17 de julho, do amigo Wilson Maciel, assistente de produção dos músicos. Ele morreu depois que o ônibus do grupo caiu num barranco após ser surpreendido por uma caminhonete que forçava uma ultrapassagem pela contramão da BR-381, em Caeté.
"Queremos ser ouvidos fora de Minas e fazer com que esse protesto chegue a Brasília. Estamos acenando como se estivéssemos em uma ilha deserta, na esperança de que alguém nos veja", diz o organizador do show, o médico e músico Aggeu Marques Filho. Morador de João Monlevade, Marques ressalta que o evento tem como objetivo mostrar a insatisfação de motoristas e passageiros em relação ao estado da via. "Os governos estão com as mãos manchadas de sangue de quem morreu na rodovia. É preciso fazer algo, pois tem muita gente morrendo", criticou.
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Fonte: Portal Uai
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