sábado, 13 de agosto de 2011

Triste estatísticas

Brasil ocupa 3º lugar no ranking mundial de mortes no trânsito, com 50,7 mil por ano

Marcelo Dias
O trânsito brasileiro é mais violento do que se pensa. Enquanto os dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2008, apontam para 38.723 mortes nas ruas e estradas do país, a Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro DPVAT registrou 50.780 óbitos no ano passado. A diferença estatística é de 23,74%. Os números do DPVAT põem o Brasil no terceiro lugar do ranking de óbitos provocados por acidentes automobilísticos no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde, atrás apenas de China (220,7 mil) e Índia (196,4 mil). Pelos dados do governo federal, o país seria o oitavo colocado na lista da OMS.
Alarmada, a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro prepara um projeto de lei para responsabilizar autoridades públicas pela tragédia sobre quatro rodas. Presidente do bloco, o deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ) tem na alça de mira o presidente do Departamento Nacional de Trânsito, Orlando Moreira da Silva — ainda interino —, e o ministro das Cidades, Mário Negromonte, a quem o Denatran se submete. Para o deputado, o ministério e o órgão têm sido omissos na questão.
— Queremos um plano nacional de redução de acidentes de trânsito, que mataram mais de 50 mil em 2010, mas isso depende de responsabilizar autoridades públicas. A lei só vale para o motorista, mas não para o administrador público. Não há um líder nessa história, que poderia ser o Denatran ou o Ministério das Cidades, mas ninguém faz nada — afirma o parlamentar.
A presença no ranking de países com o trânsito mais violento no mundo coloca o Brasil em uma incômoda posição às vésperas do lançamento da Década Mundial do Trânsito, a ser lançada na próxima quarta-feira. Para o deputado Hugo Leal, a explicação para isso pode estar no contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset).
De acordo com Leal, só um sexto do dinheiro arrecadado em multas saiu dos cofres do Funset, que é administrado pelo Denatran.
— O governo tinha R$ 1,2 bilhão em 2010, mas só liberaram R$ 200 milhões porque a Justiça mandou. Só que usaram o dinheiro em campanhas na TV. Tem que haver educação nas escolas — afirma o deputado.

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