quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Venezuela descarta asilo a Kadafi: "líder deseja ficar na Líbia"




    O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que o líder Muammar Kadafi já manifestou diversas vezes seu desejo de permanecer na Líbia, em resposta sobre a possibilidade de a Venezuela conceder-lhe asilo político em uma eventual fuga de seu país. "O coronel Kadafi disse em muitas oportunidades que está em sua terra, que lutará em sua terra e que ficará em sua terra", declarou Maduro à imprensa durante encontro com o chanceler russo, Sergey Lavrov, que chegou a Caracas para firmar uma série de acordos.
    Na reunião, transmitida pela televisão estatal, Maduro reiterou que o governo de Hugo Chávez admira "a capacidade de luta do líder Kadafi" e rejeitou o que chamou de "agressão" contra o povo líbio. "Nós viemos denunciando esta nova forma de colonialismo contra o povo líbio, onde um grupo de potências militares confabula e, violando a resolução da ONU, apoia um exército insurgente e o armam para derrubar um Governo", acusou o chanceler venezuelano.
    Maduro ressaltou que a situação na Líbia "é muito delicada" e que ainda há muita incerteza sobre o que acontecerá no país árabe. "Rejeitamos este formato que se pretende impor no mundo, contra povos como o líbio, que possui imensos recursos naturais tanto petrolíferos como aquíferos", destacou o ministro das Relações Exteriores venezuelano.
    Mais cedo, o presidente Chávez havia manifestado que reconhece o governo de Kadafi como "o único" legítimo na Líbia, após admitir o aparente triunfo da "estratégia imperialista" de promover nesse país o que denominou uma "guerra de cachorros".
    Chávez comentou que há "alguns loucos" que o comparam com Kadafi e à Venezuela com a Líbia para ameaçar o presidente venezuelano de ter um destino semelhante ao do coronel líbio.
    Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli
    Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civilque cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
    violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de julho, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.
    EFE

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